quinta-feira, 22 de novembro de 2018

***Vovó cheguei***

Outro dia ouvi uma adolescente falar:
"-Cheguei vovó!"
Pensei, que saudade de dizer essa frase também.
Há três anos perdi a minha vovó, uma amiga querida. Quanta falta ela me faz!
Saudade do sorriso, do seu carinho, da sua sabedoria!
Como eu ainda queria dizer essa frase sempre que chegava em sua casa.
Aproveitem cada minuto dessa preciosa convivência.
Texto RPFP1






















sábado, 12 de setembro de 2009

Rifa-se um coração

"Rifa-se um coração quase novo
.Um coração idealista.Um coração como poucos.Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidadeestá um pouco usado, meio calejado, muito machucadoe que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüenteque nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado,coração que acha que Tim Maia estava certoquando escreveu... "não quero dinheiro,eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".Um idealista...Um verdadeiro sonhador...Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece,e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racionalsendo louco o suficiente para se apaixonar.Um furioso suicida que vive procurando relaçõese emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração que insisteem cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões.Sai do sério e, às vezes revê suas posiçõesarrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que,abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas,mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.Um órgão abestadoindicado apenas para quem quer viver intensamente e,contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vidamatando o tempo, defendendo-se das emoções.Rifa-se um coração tão inocenteque se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário.Um coração que quando parar de baterouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:" O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,só errei quando coloquei sentimento.Só fiz bobagens e me dei malquando ouvi este louco coração de criançaque insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer".Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outroque tenha um pouco mais de juízo.Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,mas que incomoda um bocado.Um verdadeiro caçador de aventuras que,ainda não foi adotado, provavelmente,por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,por não querer perder o estilo.Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree.Um simples coração humano.Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado.Um modelo cheio de defeitos que,mesmo estando fora do mercado,faz questão de não se modernizar, mas vez por outra,constrange o corpo que o domina.Um velho coração que convence seu usuárioa publicar seus segredos e, a ter a petulânciade se aventurar como poeta.
Clarice Lispector

terça-feira, 16 de junho de 2009

~~*Non , Je Ne Regrette Rien*~~

"Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!
Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado!
Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!
Varridos os amores
E todos os seus tremores
Varridos para sempre
Recomeço do zero.
Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!
Não! Nada de nada... Não!
Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!"
Edith Piaf

terça-feira, 26 de maio de 2009

~~*Exílio*~~


"Eu nunca fui desde a infância jamais semelhante aos outros.
Nunca vi as coisas como os outros as viam.Nunca logrei
apaziguar minhas paixões na fonte comum.
Nunca tampouco extrair dela os meus sofrimentos.
Nunca pude em conjunto com os outros despertar
o meu peito para as doces alegrias,
e quando eu amei o fiz sempre sozinho.
Por isso, na aurora da minha vida borrascosa evoquei
como fonte de todo o bem o todo mal.
O mistério que envolve, ainda e sempre,
Por todos os lados, o meu druel destino...
Edgar Allan Poe